domingo, 18 de novembro de 2012

Sangramento no meio do ciclo


Quer você sempre tenha tido ciclos menstruais regulares, quer a sua menstruação nunca tenha sido regular, você pode ser surpreendida por alguma pequena mancha de sangramento que aparece no meio do ciclo (fora dos dias da menstruação propriamente dita). Estas manchas são causadas por uma pequena quantidade de sangue que desce, deixando uma marca na sua roupa íntima. Podem apresentar diferentes colorações, marrom, vermelho ou rosado, então não se preocupe com esta cor. Felizmente, este sangramento não é nada que deva realmente preocupar você. Você encontrará, logo abaixo, algumas informações para compreender melhor as manchas de meio do ciclo:
  1. Alterações no equilíbrio hormonal. Todas as alterações no ciclo menstrual de uma mulher são causadas por alterações no equilíbrio entre o estrógeno e a progesterona. São particularmente comuns na perimenopausa.
  2. Momentos específicos. Se você nota o surgimento de uma mancha por volta do período de ovulação (de dez a catorze dias após o início do seu último ciclo menstrual), isto se deve provavelmente ao aumento de estrógeno no seu organismo. Manchas também podem aparecer quando um óvulo fertilizado se implanta no revestimento interno do útero. Manchas que ocorrem alguns dias, ou uma semana, antes da menstruação podem se dever a baixos níveis de progesterona o que, apesar de não ser um problema em si mesmo, pode causar infertilidade ou aborto quando a mulher está tentando engravidar. Manchas que aparecem em outros momentos do seu ciclo muito provavelmente são anormais.
  3. Mittelschmerz. Mittelschmerz é o termo em alemão para o estado dolorido que pode acompanhar a ovulação (literalmente, "dor do meio"); o termo fala em "meio" porque a ovulação ocorre exatamente no meio do ciclo menstrual mensal, e o termo médico em português para isto é "dor do meio do ciclo". Você poderá sentir a "dor do meio do ciclo" em um dos lados da parte inferior do abdome por volta do momento da ovulação, de 10 a 14 dias após o início do seu último ciclo. Se você tiver a dor do meio do ciclo ao mesmo tempo em que aparecer uma mancha, é quase certo que está ovulando. A Mittelschmerz não é nada com que você deva se preocupar; eu particularmente vejo-a como uma maneira conveniente de saber exatamente onde eu estou, com relação ao meu ciclo reprodutivo mensal.
  4. Outras Influências Em Potencial. O equilíbrio hormonal de uma mulher também pode ser afetado pelas seguintes condições:
    • Ganho ou perda de peso
    • Alterações na dieta (especialmente má alimentação)
    • Consumo excessivo de álcool ou cafeína
    • Exercícios físicos em excesso
    • Fumar ou usar drogas
    • Estresse (profissional, pessoal, ambiental)
    • Doenças
    • Parto, amamentação, aborto, dilatação e curetagem (D&C)
    • Cistos, pólipos, endometriose, miomas e outras anormalidades no aparelho reprodutivo
    • Perimenopausa
    • Início do uso de, ou alterações em medicações
    • Quimioterapia
    • Anorexia ou bulimia
    Se qualquer destes eventos ocorreu a você recentemente, as chances são de que seus hormônios estão temporariamente em desequilíbrio, e a mancha de meio de ciclo é o resultado. Se for verificado que o problema são miomas, talvez você queira dar uma olhada em remédios naturais para miomas; isto pode reduzir consideravelmente o aparecimento das manchas.
  5. Cortisol. Os efeitos do estresse merecem atenção especial. O cortisol é liberado pelas glândulas supra-renais quando estamos sob estresse, e o cortisol afeta diretamente o estrógeno, a progesterona e o DHEA. Se você está sob muito estresse, tente criar momentos de folga para você mesma, através de yoga, meditação, atividade física ou outros meios que possa.
  6. Quantidade. Outra maneira de avaliar as manchas é observar a quantidade. As manchas são denominadas "manchas" por um motivo - a quantidade de sangue não se aproxima daquela característica da menstruação. As manchas anormais tendem a aparecer por mais tempo do que o comum - duram mais tempo do que apenas um dia ou dois.
  7. Pílulas Anticoncepcionais. Manchas são comuns durante o primeiro ciclo de uma mulher quando ela começa a tomar pílulas anticoncepcionais, se ela deixou de tomar alguma, ou tomou atrasado. Além disto, as manchas normalmente aumentam um pouco ao final do terceiro ciclo, quando uma mulher começa a fazer uso da pílula. "Sangramento inesperado" é um pouco mais intenso do que simples manchas, e ocorre quando a pílula que você está utilizando não contém hormônio suficiente para o seu organismo em particular. Neste caso, não assuma que a sua pílula está realmente evitando a concepção, e marque uma consulta com seu médico para acompanhamento.
  8. Síndrome De Ovários Policísticos. Manchas em excesso às vezes podem ser sintoma da Síndrome De Ovários Policísticos. Cinco a dez por cento das mulheres em idade fértil sofrem de Síndrome De Ovários Policísticos; você pode aprender mais sobre isto na Associação da Síndrome De Ovários Policísticos.
Sempre é uma idéia investigar qualquer aliteração em seu ciclo menstrual, com seu médico. Manchas também podem ser sintoma de algum tipo câncer do aparelho reprodutivo feminino, ou doenças sexualmente transmissíveis.

 Fonte: http://www.comofazertudo.com.br/sa%C3%BAde-e-boa-forma/sa%C3%BAde-e-bem-estar/como-aprender-sobre-manchas-do-meio-do-ciclo

quinta-feira, 14 de junho de 2012

O que é Doença Hipertensiva Específica da Gestante?


A doença hipertensiva específica da gravidez (DHEG), na sua forma pura, caracteriza-se pelo acometimento de grávidas após a vigésima semana de gestação, apresentando: hipertensão, proteína na urina e edema. É uma doença que cede com o término da gestação, podendo evoluir para quadros mais complexos como eclampsia e Síndrome HELLP.
É a complicação mais frequente na gestação, levando a um aumento da pressão arterial a partir da vigésima semana de gestação podendo desaparecer até seis semanas após o parto e constitui a primeira causa de mortalidade materna da gravidez ao pós-parto.
De acordo com o Consenso Brasileiro de Cardiopatia e Gravidez (2004), caracteriza-se hipertensão arterial na gravidez quando a pressão arterial estiver maior do que 140 x 90mmHg, em duas tomadas com intervalo de 4h.
A manifestação mais característica dessa doença é um aumento da rigidez das artérias, que acarreta um aumento da resistência vascular periférica e tem como conseqüência imediata o aparecimento da hipertensão. Um dos mecanismos compensatórios da hipertensão consiste na perda de plasma para o espaço extravascular, o que resulta no aparecimento de edema (inchaço). Com a evolução da doença, há um comprometimento do fluxo sanguíneo de vários órgãos, como placenta, rins, fígado, cérebro e pulmões.
Podem ocorrer algumas alterações renais, sendo a lesão mais característica, a endoteliose capilar glomerular, que é responsável por todas as alterações funcionais existentes, tais como proteinúria, redução de fluxo plasmático e da filtração glomerular renal. São lesões reversíveis após o término da gestação. A diminuição na filtração glomerular renal é constante, assim como a elevação do ácido úrico, e elevação nos níveis de creatinina, podendo ocorrer também isquemia renal.
EFEITOS CIRCULATÓRIOS E AS CONVULSÕES NA DHEG:
As alterações hemodinâmicas observadas na gravidez normal não ocorrem na DHEG. Além da vasoconstrição periférica e de suas consequências, há anormalidade da coagulação e deposição de fibrinas na microcirculação da placenta. A fibrina compromete a perfusão adequada da placenta, contribuindo para a prematuridade, o baixo peso fetal e a mortalidade perinatal.
Um dos mecanismos compensatórios da hipertensão consiste na perda de plasma para o espaço extravascular, o que resulta no aparecimento de edema. A retração do volume plasmático na DHEG, no entanto, pode preceder a hipertensão. Com a evolução da doença, há um comprometimento da perfusão de vários órgãos, como placenta, rins, fígado, cérebro e pulmões. A retração do volume plasmático tem também como consequência o aumento da concentração sanguínea, diminuindo a velocidade do fluxo sanguíneo, favorecendo a ativação das plaquetas e a coagulação do sangue, levando consecutivamente a um a aumento da coagulação do sangue. A constante ativação plaquetária pode resultar em um aumento do consumo de plaquetas, que pode se sobrepor à capacidade de síntese, resultando em trombocitopenia.
Para muitos pesquisadores mulheres com DHEG tendem a adquirir lesão do endotélio, na qual estaria relacionado à ativação de neutrófilos, com a consequente produção de radicais livres do oxigênio, que resultaria em modificações na camada endotelial. Resultando na ativação das plaquetas que, por sua vez, mediariam a ligação de leucócitos específicos ao sítio da lesão aumentando os danos vasculares e favorecendo ainda mais ao processo de coagulação.
Classifica-se a DHEG em pré-eclâmpsia que é a forma não convulsiva marcado pelo inicio da hipertensão aguda após a vigésima semana de gestação, e eclampsia, que é um distúrbio hipertensivo gestacional que se caracteriza pelos episódios convulsivos consequentes a efeitos cerebrais profundos da pré-eclâmpsia. Isto é, diferentemente da pré-eclampsia que apresenta como sinais a tríade: hipertensão, edema e proteinúria; a eclampsia caracteriza-se pelo avanço e piora dos sintomas e por episódios de convulsão.
Á medida que a doença progride tem a possibilidade de ocorrer o vasoespasmos grave, podendo ocasionar alterações no fundo do olho como edema de retina, constrição ou espasmo arteriolar e hemorragias. Dores de cabeça, tonturas, distúrbios visuais e hiperreflexia podem aparecer decorrentes da irritabilidade crescente do sistema nervoso central que caracteriza as crises convulsivas. A dor abdominal é um sintoma tardio, que é atribuída ao estiramento da cápsula hepática devido ao edema e/ou hemorragias.
Podem ocorrer convulsões com contrações musculares que são precedidas por sensação subjetiva e passageira que procede a uma crise. Após uma convulsão a paciente fica em coma que varia em duração e profundidade, a condição dessa paciente é sugestiva da evolução da doença.
COMO RECONHECER UMA CONVULSÃO:
queda ao chão inconsciente
salivação
- respiração ruidosa
- movimentos bruscos e incontrolados da cabeça e/ou extremidades
- olhar vago, fixo ou “revirar dos olhos”
- espumar pela boca
- perda de urina e/ou fezes
- morder a língua e/ou lábios
- morder a unha ou dedos.
É importante evitar que a gestante se machuque durante as convulsões. Proteja a cabeça, os braços e pernas, e evite colocar qualquer objeto ou os dedos dentro da boca da paciente.
 INCIDÊNCIA:
A incidência da DHEG é em média de 5 a 10%, com taxas de mortalidade materna e fetal em torno de 20%, sendo muito frequente na adolescência. O Consenso Brasileiro de Cardiopatia e Gravidez (2004) revela que, a incidência de DHEG na gestação é de 10%, independentemente de sua etiologia, sendo considerada a primeira causa de mortalidade materna no ciclo gravídico puerperal, chegando a 35% de óbitos, decorrentes de complicações como eclampsia, hemorragia cerebral, edema agudo de pulmão, insuficiência renal aguda e coagulopatias.
A moléstia hipertensiva representa a entidade clínica que determina o maior numero de morte durante o parto, acarretando ainda, um número importante de neonatos vitimados, quando sobrevivem aos danos da falta de oxigênio perinatal.

COLABORADORES: Assis Júnior Cardoso Pantoja; Camila Chaves Lameira e Daniely Leal da Costa.
REFERÊNCIAS:
BRINGMANN, N. V. Hipertensão na gravidez. Disponível em:<http://www.maringasaude.com.br/drnevton/hipertensaonagravidez.shtml>. Acesso em 13/06/12.
CONSENSO BRASILEIRO DE CARDIOPATIA E GRAVIDEZ. Hipertensão na gravidez : pré-eclâmpsia e eclampsia. Disponível em:<http://www.manuaisdecardiologia.med.br/has/Pag14.htm>. Acesso em 13/06/12.
DUSSE, L. M. S.; VIEIRA L. M.; CARVALHO, M. G. Revisão sobre alterações hemostáticas na doença hipertensiva específica da gravidez (DHEG). v. 37, n. 4, p. 12677-127802. Rio de Janeiro, 2001.
GALLETTA, M. A.; ZUGAIB, M. Doença Hipertensiva Específica da Gravidez . Disponível em:<http://www.ids-saude.uol.com.br/psf/medicina/tema7/texto105_definicao.asp>. Acesso em 13/06/12.
KAHHALE, S. ; ZUGAIB, M. Síndromes Hipertensivas na Gravidez: Pré-eclâmpsia. In: BENZECRY, R. ; OLIVEIRA, H. O. ; LEMGRUBER, I. Tratado de Obstetrícia . p. 524-529. Rio de Janeiro: Revinter, 2000.
MARTINS, C. A.; REZENDE, L. P. R.; VINHAS, D. C. S. Gestação de alto risco e baixo peso ao nascer em Goiânia. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 5 n. 1 p. 49 – 55, 2003.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Dores pélvicas e Fisioterapia






 As dores pélvicas podem ter diversas causas, entre elas as causas genitais, como por exemplo: queda dos órgãos internos, Doença Inflamatória Pélvica (DIP) ocasionada por infecção bacteriana, malformações, aderências pélvicas pós-cirúrgicas, ameaça de aborto, gravidez ectópica (fora da cavidade uterina), uso de DIU (dispositivo  contraceptivo intra-uterino), ocasionado pela má colocação do mesmo ou rejeição, endometriose, e disminorréia (cólica menstrual), ocasionada pelo aumento das contrações uterinas.

As dores pélvicas podem ser também de origem intestinal e urológica, a de causa intestinal é principalmente decorrente da Síndrome do Intestino Irritável. É caracterizada como uma desordem funcional do intestino apresentando constipação, diarréia ou ambas, de forma alternada. Além disso, pode haver mudança na forma das fezes, urgência em defecar, presença de muco nas fezes, flatulência e distensão abdominal. Mulheres com depressão e ansiedade são mais frequentemente acometidas e acabam sentindo mais dor que as demais. Mudanças dietéticas, como suplementação com fibras, a prática de atividade física e aumento da ingestão de água deve ser a primeira linha de tratamento.

Outra doença que é vilã da dor pélvica é a Cistite Intersticial, que se apresenta como um distúrbio crônico do sistema por onde a urina é expelida. Apresenta-se como urgência em urinar, aumento da freqüência urinária e dor pélvica crônica. É comum ocorrer exacerbação no período pré-menstrual. Atinge preferencialmente, mas não exclusivamente, mulheres em idade reprodutiva. Os sintomas presentes são: dor pélvica, dor quando a bexiga está cheia, aumento do número de micções ao dia, idas ao banheiro à noite, urgência miccional, ardência ao urinar, dor nas relações sexuais e dor vaginal. Além disso, podem estar presentes depressão, fadiga, desânimo, insônia. A ingestão de alguns alimentos podem piorar os sintomas, especialmente café, álcool e alimentos apimentados. Vale ressaltar que se deve procurar auxilio profissional na apresentação de sintomas e antes de qualquer tratamento.

De uma forma geral os tratamentos fisioterapêuticos são bem aceitos para o tratamento da dor pélvica dentre eles podemos citar: Cinesioterapia, Terapia Manual, PNF (facilitação neuromuscular proprioceptiva), Hidroterapia, RPG (reeducação postural global), Stretching, Eletroterapia, Termoterapia, Massagem de Thiele. Deixo aqui alguns artigos científicos para vocês lerem e manterem-se um pouco mais informados a respeito do assunto.  

 Colaboradores

Fontes:
SOUZA, E.L.B.L. Fisioterapia Aplicada à Obstetrícia. Aspectos de ginecologia  e Neonatologia. 3ª Edição. Copyright, 2002.

VENTURA P L, SOUZA de C, SILVA M S, ALBERTINI R. Utilização da facilitação neuromuscular proprioceptiva no tratamento da dismenorréia primária. XII Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e VIII Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba.

DUARTE T B, BRITO L M O, BRITO L G O, FREITAS M M S, NOGUEIRA A A, CHEIN M B C. Fisioterapia na cistite intersticial. Femina Julho 2010 v 38 nº 7.

GIMENEZ M M, TOLEDO E R de A, CANCIAN T A. PREVALÊNCIA E tratamento fisioterapêutico da dor lombar no período gestacional - revisão de literatura. Revista Brasileira de Ciências da Saúde, ano VI, nº 18, out/dez 2008.

DALVI A R, TAVARES E A, MARVILA N D, VARGAS S C, RIBEIRO NETO N C. Benefícios da cinesioterapia a partir do segundo trimestre gestacional. Revista Saúde e Pesquisa, v. 3, n. 1, p. 47-51, jan./abr. 2010.




terça-feira, 22 de maio de 2012

Fisioterapia no tratamento do câncer na pelve

      A cirurgia é a forma mais antiga de tratamento do câncer. Aproximadamente 60% dos pacientes de câncer serão submetidos à cirurgia isoladamente ou em combinação com outras terapias. Algumas das cirurgias mais comuns:

      ·         Histerectomia - retirada do útero;
      ·         Ooferectomia - retirada do ovário;
      ·         Salpingectomia - retirada das trompas;
      ·         Cirurgia de Wertheim-Meigs – histerectomia grau III;
      ·         Vulvectomia - retirada parcial ou total da vulva (às vezes há retirada da rede linfática inguinal);
      ·         Colpectomia - remoção das paredes vaginais parcial ou total.

      A fisioterapia tem um papel fundamental nas cirurgias oncológicas pélvicas, com o objetivo de preservar, manter ou recuperar a integridade cinético-funcional de órgãos e sistemas, assim como prevenir os distúrbios causados pelo tratamento oncológico buscando o bem estar e a qualidade de vida da paciente oncológica. A reabilitação deve procurar atender às necessidades específicas de cada paciente, com medidas que visem à restauração anatômica e funcional, ao suporte físico e psicológico.

      A fisioterapia no pós-operatório pélvico, inicialmente, divide-se em duas fases: fase imediata, quando se inicia do primeiro ao décimo dia após a cirurgia; fase tardia, quando começa após esse período. O ideal é o início imediato.
      O que a Fisioterapia faz no pós-operatório imediato?


     Os músculos, já muito contraídos e tensos desde antes da cirurgia pelo estresse do diagnóstico, pela expectativa da cirurgia e do tratamento pós-operatório, ficam ainda mais tensos pela dor da cirurgia e pelo medo de movimentar e de “abrir os pontos” da operação. A dor, com este aumento de tensão muscular, também aumenta. Para a paciente, parece impossível realizar qualquer movimento. No entanto, para superar esse problema é preciso quebrar o ciclo vicioso: medo – tensão – dor.
 
      Todas as pacientes submetidos à cirurgia de câncer devem iniciar com exercícios respiratórios. Os exercícios respiratórios, além de aumentar a capacidade pulmonar, acalmam, diminuem a ansiedade e a dor e ajudam no relaxamento muscular. Com isso, preparam os músculos e a paciente para a realização dos outros exercícios. Para a diminuição da dor e da tensão muscular, também existem outros meios que o fisioterapeuta pode utilizar: toques suaves e movimentos de massagem nas regiões contraturadas (tensas) e a aplicação de TENS (Estimulação Elétrica Transcutânea), esta aplicação utiliza um aparelho que emite pulsações elétricas que relaxam e produzem analgesia.

      Após os exercícios respiratórios e o relaxamento, a paciente deve iniciar os exercícios que vão recuperar os movimentos, também diminuir a dor e levá-la a retomar suas atividades normais mais rapidamente. O fisioterapeuta especializado aplica técnicas que podem facilitar os movimentos.

      Na fase do pós-operatório imediato, a cicatrização ainda está se processando e os movimentos não devem esticar muito a pele da cicatriz cirúrgica, para não retardar o processo ou mesmo provocar complicações locais. É por essa razão que a paciente deve estar com a supervisão e orientação do fisioterapeuta.

      Outro agravamento é a retirada dos linfonodos nas cirurgias oncológicas, além de diminuir a defesa, altera a circulação da linfa (líquido que circula em vasos linfáticos e é filtrada pelos linfonodos) no local. Com essa retirada, a passagem desse líquido fica mais difícil, lenta e ela pode começar a se acumular: a região vai se tornando mais inchada e pode se instalar o linfedema (edema crônico). Para evitar que isso ocorra pode ser realizada a drenagem linfática manual.
      Quais são os objetivos na fase tardia?
  • Tratar a dor pélvica crônica;
  • Quebra de aderências causadas por fibrose na região da cirurgia dando maior mobilidade ao tecido envolvido nessa região;
  • Melhorar o reequilíbrio das funções das estruturas pélvicas como musculaturas, ligamentos, articulações e todos os outros tecidos e órgão ligados diretamente a essa região;
  • Fortalecimento dos músculos chaves, especificamente, caso necessário. Exemplo: Iliopssoas, os glúteos, o quadríceps e os ísquios além da musculatura que forma o assoalho pélvico (MAP) e facilitar as atividades de vida diária (AVD’S); e
  • Proporcionar melhor qualidade de vida.
       Que recursos a Fisioterapia pode utilizar?


       Eletroterapia para o tratamento da dor crônica e estimulação da musculatura do local, assim como outros recursos de termoterapia; a cinesioterapia; RPG; Pillates; massoterapia; hidroterapia; técnicas de drenagem linfática; terapias com cones vaginais e etc. Com finalidade de preservar, manter ou recuperar a integridade cinético-funcional de órgãos e sistemas, assim como prevenir os distúrbios causados pelo tratamento oncológico buscando o bem estar e a qualidade de vida da paciente oncológica.

       O tratamento de escolha deve ser sempre o menos invasivo e danoso para a paciente. Porém sempre respeitar a indicações e contra indicações de cada intervenção fisioterapeutica e a preferência da paciente a elas, informando-o dos riscos, benefícios e resultados.

       Não se pode deixar de ressaltar que a melhor intervenção nesses casos é atuação multiprofissional que enquadra a presença incontestável do médico especialista, do psicólogo e fisioterapeuta; podendo contar ainda com o auxílio dos profissionais de educação física e nutricionista.

      
Colaboradores: Aline Ribeiro Menezes, Assis Júnior Cardoso Pantoja, Maiara Silvana Salgado Batista e Rafaela dos Santos Reis, acadêmicos do 4o. ano de Graduação em Fisioterapia da Universidade do Estado do Pará
FONTES:
CAMARGO, M. C., MARX, A. G. Fisioterapia e Câncer. Capítulo do livro temas em Psico-Oncologia, vários autores, vários organizadores. São Paulo: Summus, 2008.
Oncologia ginecologia. Disponível em: < http://www.oncologiaginecologica.com.br/docs.php?id=36> aceso dia 08/maio/2012.
Instituto Nacional do Câncer. Disponivel em: <http://www.inca.gov.br


sábado, 19 de maio de 2012

Você vai fazer uma cirurgia pélvica? Veja o que a Fisioterapia pode fazer por você!


As  mulheres estão aderindo às cirurgias íntimas (ou pélvicas) cada vez mais, para corrigir imperfeições nas genitálias que interferem em suas performances sexuais, ou mesmo na hora de vestir um biquíni, fazendo com que sua autoestima fique comprometida. Existem, ainda, outras cirurgias, porém para correção de patologias. Quando uma das cirurgias que descreveremos a seguir é necessária, é comum as mulheres serem admitidas em um hospital, pelo menos um dia antes do procedimento. Para que o fisioterapeuta faça o melhor atendimento no pós-operatório, é importante uma avaliação minuciosa, direcionada ao estado geral da paciente. Então estas são as cirurgias pélvicas:

  • Histerectomia (total, subtotal, radical):
É a retirada cirúrgica do útero (total) ou apenas do corpo do útero, conservando-se o colo (subtotal), menos utilizada; ou, ainda, do útero por completo seguido das tubas uterinas e dos ovários (radical), indicadas em doenças mais avançadas como infecção crônica ou endometriose e em doença maligna dos ovários.

  • Histeroscopia cirúrgica:
Nesta cirurgia, introduz-se um histeroscópio através do colo uterino, dilata-se a cavidade do útero com líquido e realiza-se a retirada de pólipos, miomas, biópsia e até esterilização tubária.

  • Salpingectomia
É a retirada uni ou bilateral da tuba uterina. É indicada em casos de gravidez tubária, ou quando uma certa quantidade de líquido retido (hidrossalpinge) ou pus (piossalpinge), acha-se dentro de uma tuba e em certos casos de salpingite crônica.

  • Laqueadura:
Também conhecida por “ligadura de trompas”, é um processo cirúrgico que impede que a mulher engravide novamente. Nesse procedimento, as tubas uterinas são obstruídas, cortadas e/ou amarradas, impedindo a descida do óvulo e subida do espermatozóide, tendo como resultado um índice de concepção menor que 1%.

  • Reconstrução pélvica (prolapsos):
Com o avançar da idade a qualidade dos tecidos que suportam os órgãos pélvicos vai cedendo e dando lugar aos prolapsos de parede anterior (bexiga), posterior (reto) e apical (útero). Esta reconstrução cirúrgica corrige estes defeitos, substituindo os tecidos enfraquecidos do paciente, desta forma reduzindo o tempo cirúrgico e as recidivas.

  • Labioplastia ou Ninfoplastia:
É uma correção cirúrgica a fim de reduzir ou redefinir os pequenos ou grandes lábios vaginais. Indicada em casos de flacidez, hipertrofia (volume excessivo) ou problemas de má-formação.

  • Perineoplastia:
Cirurgia para reconstruir a musculatura do períneo, que pode ficar alterada após sucessivos partos naturais ou com a idade.

  •  Himenoplastia:
A reconstituição do hímen é um procedimento simples em que o cirurgião usa um retalho extraído da mucosa vaginal da própria paciente, a fim de “tampar” a entrada vaginal.

  • Clitoriplastia:
É a cirurgia que visa alcançar uma maior exposição do clitóris, através da remoção do excesso de pele  ao redor do mesmo, com um aumento da área de excitabilidade do órgão, aumentando a intensidade e a duração do orgasmo.


Os objetivos gerais e condutas da Fisioterapia visam intervir no pré e pós-operatório, fortalecendo os músculos do assoalho pélvico, reeducando a bexiga, acelerando o processo de recuperação após a cirurgia, e assim evitando complicações circulatórias, encurtamentos, atrofias e contraturas musculares; é muito importante estimular a movimentação no leito e a independência, além da deambulação precoce, reduzir a dor, manter força muscular e a amplitude de movimentos, assim como ensinar e orientar os exercícios para a  região perineal, promover relaxamento corporal, melhorar mobilidade, flexibilidade, coordenação motora, promover a reeducação postural e a conscientização corporal.
Portanto, informar à paciente sobre o motivo e objetivo de sua cirurgia com seus respectivos resultados a deixará muito mais tranquila e evitará possíveis complicações. Converse com seu médico e fisioterapeuta, que em conjunto farão o melhor por você!


Colaboração: Camila Lameira, Maria Gilvânia Dantas e Priscila Lima
Acadêmicas do curso de graduação em Fisioterapia do 4º ano da Universidade do Estado do Pará.


Referências Bibliográficas
ARAGUAIA, M. Laqueadura. Brasil Escola. Disponível em: < www.brasilescola.com/biologia/laqueadura.htm>
BARBOSA, S. Deslocamentos pélvicos e fisioterapia aplicada. Niterói-RJ, 2010. Disponível em: <http://sandrabarbosa.webnode.com.br/news/deslocamentos-pelvicos-e-fisioterapia-aplicada/>
BARBOSA, S. Fisioterapia pré-operatória. Niterói-RJ, 2010. Disponível em: <http://sandrabarbosa.webnode.com.br/news/fisioterapia-pre-operatoria/>
MORAES, A.M.N; MAGNO, F.G. Relato de caso de pós-operatório de histerectomia radical, cicatrização com pontos de fibrose e prevenção de incontinência urinária no tratamento fisioterapêutico. Centro Universitário do Pará. FisioWeb Gate.
PEARCE, S.Cirurgias Ginecológicas. Disponível em:<www.drsidneypearce.med.br/paginas/cirurgias_ginecologicas.html>
VELOSO, F.S. Fisioterapia. Dream Plastic, 2010-2011. (CRM-SP 104.838).

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Complicações pós parto



O momento do parto é muito especial na vida de toda a mulher por isso, devemos nos manter informadas sobre as complicações que podem vir a ocorrer. Listamos aqui algumas situações que podem vir a ocorrer.
Hemorragia pós parto - Enquadra-se em hemorragia pós parto toda a perda de sangue com volume superior a 500 ou 1000 ml (há algumas divergências) de sangue a partir da terceira etapa do parto (expulsão da placenta). Podendo ser imediata (até 24 horas após o parto) ou tardia (após 24 horas do parto). Ela pode aparecer devido a fatores uterinos (relacionados ao útero) como a atonia uterina e não uterinos como: lacerações da região genital inferior.
Infecção Puerperal - É definida como febre acima de 38º C após 12 horas do parto persistindo por mais de 24 horas, podendo ocorrer devido a uma infecção bacteriana ou outro fator que possa vir a provocar febre após o parto. Abaixo listamos algumas situações que podem vir a provocar este mal:
Endometrite - É a inflamação do endométrio geralmente de origem bacteriana. A maioria dos casos de endometrite é solucionada com terapia antibiótica adequada, mas cuidado um caso de endometrite não tratado pode evoluir e tornar-se uma infecção de maior gravidade podendo causar complicações nos órgãos pélvicos, na fertilidade e na saúde de uma forma geral.
Ingurgitamento mamário - Podendo também ser conhecido como “mamas empedradas”, o ingurgitamento mamário geralmente aparece entre 24 e 72 horas após o parto. Trata-se nada mais e nada menos que o acúmulo de leite nas mamas, com isso, a mulher pode queixar-se de dor, febre e o aparecimento de nódulos (acúmulo de leite) nos seios. A peça chave para resolver este incômodo é amamentar o seu bebê, podendo seguir de massagem no bico -> tórax. Para diminuir o desconforto das mamas pelo acúmulo de leite, compressas com água fria podem ser usadas.
Mastite - É a inflamação das glândulas da mama decorrente da entrada de microorganismos através de machucados no bico ou aréola decorrentes da amamentação. O quadro pode aparecer devido ao ingurgitamento das mamas, pois quando a mãe amamentar o seu filho ele terá dificuldades em sugar o leite e isso pode levar a formação de machucados. Pode ocorre na segunda ou terceira semana do pós parto, geralmente acompanhado de dor, calor local, vermelhidão e febre.
Agora que você está informada sobre algumas intercorrências que possam vir a acontecer, fique atenta sobre qualquer sintoma, continue fazendo o seu pré-natal e mantenha o seu médico informado. 
Fontes:
Colaboração: Francisco Lourenço Grandal Savino Barbosa (acadêmico de Fisioterapia UEPA)

sexta-feira, 16 de março de 2012

Fisioterapia no pré e pós operatório de cirurgias plásticas


É necessário que os fisioterapeutas que trabalham com cirurgia plástica se conscientizem que, além da estética, deve haver preocupação com a reabilitação do paciente e com o retorno precoce e dinâmica dos pacientes as suas atividades. O ato cirúrgico constitui uma agressão tecidual que, mesmo bem direcionado, pode prejudicar a funcionalidade destes tecidos. Cabe ao fisioterapeuta atuar com todos os recursos disponíveis para minimizar esta alteração funcional.
Uma vez que o cirurgião e o paciente perceberam os resultados de um tratamento adequado, a fisioterapia torna-se praticamente obrigatória e, assim, um complemento indispensável para o sucesso da cirurgia.
Quando um paciente deseja uma melhora corporal por meio de cirurgia plástica, ele procura um cirurgião de confiança e deposita nele todas as suas expectativas e fantasias. Após a cirurgia, ele depara exatamente o que não deseja: a dor, edema, as equimoses e outros desconfortos provenientes do procedimento. Por meio da fisioterapia pré e pós-cirúrgica, podemos minimizar as queixas e otimizar os resultados da cirurgia, diminuindo o desconforto e os traumas para o paciente. Cabe lembrar que sua satisfação talvez seja o critério mais importante na avaliação dos resultados dos procedimentos cirúrgicos.

Fisioterapia no pré-operatório das cirurgias plásticas:
O atendimento fisioterapêutico nessa fase é de extrema importância, pois é nela que se pode avaliar possíveis alterações físicas, motoras e sensitivas já existentes no paciente antes mesmo da cirurgia, já prevendo as possíveis ou ate mesmo prevenindo outros tipos de alterações, nessa fase o ideal é avaliar o paciente como um todo, e através dela estabelecer parâmetros comparativos com a fase pós operatória, ou seja, ter o conhecimento de que certas alterações já eram pré existentes no pacientes, ou se elas foram adquiridas após a cirurgia, pois muitos dos pacientes na avaliação pós operatória não relatam por não ter consciência das alterações.

O que o fisioterapeuta avalia nessa fase?
  • Avalia fatores que estejam relacionados à disfunção estética como: retrações musculares, deformidade articular, desvios posturais que leva a alteração estética e funcional.
  • Avalia cirurgias plásticas realizadas anteriormente: observando se existe alguma fibrose ou aderências.
  • Avalia a mobilidade articular e muscular.
  • Avalia condições circulatórias: se o paciente apresenta edemas, linfedemas, celulites, neste caso de celulite devemos prevenir o paciente que certos procedimentos cirúrgicos, como a lipoaspiração, certamente não irão solucionar o problema da celulite. Na verdade, poderá amenizar ou até agravar, dependendo do tipo.
De uma forma em geral, o pré-operatório fisioterapêutico funciona também como orientação para o paciente, é aonde preparamo-lo para a cirurgia e conhecemos suas alterações e limitações e começamos a traçar o plano de tratamento pós-crúrgico.
Fisioterapia no pós-operatório das cirurgias plásticas:
Existem vários recursos que podem ser utilizados na fisioterapia, como a drenagem linfática manual e a eletroterapia, que vêm demonstrando eficácia e resultados positivos para a reabilitação do paciente. O tratamento pos-cirúrgico pode ser realizado no pós-operatório imediato ou tardio, tendo como objetivo prevenir: edema, enfisema cutâneo, retrações cicatriciais, fibrose, lipoma, seroma, déficit de sensibilidade e contratura muscular.
Os recursos fisioterapêuticos quando bem utilizados, podem diminuir o tempo de repouso do paciente, restaurar sua funcionalidade, e acelerar a recuperação, possibilitando a reintegração do indivíduo em suas atividades sociais. Os recursos atuarão prevenindo a formação de aderências, principal fator agravantes no pós-operatório, pois estas aderências impedem o fluxo normal de sangue e linfa, aumentando ainda mais o quadro edematoso, retardando a recuperação.
Baseando no conhecimento científico dos estágios do processo de inflamação e reparo, o fisioterapeuta vai traçar um programa de tratamento eficaz, observado sempre as características clínica apresentadas pelo seu paciente.
Modalidades terapêuticas existente no trabalho da fisioterapia dermato-funcional nas cirurgias plásticas:
  • Drenagem linfática Manual.
  • Terapias Manipulativas: massoterapia, liberação tecidual.
  • Agentes térmicos: uso de calor, frio.
  • Ultra-som
  • Agentes eletroterapêuticos: microcorrentes, corrente galvânica, alta voltagem.
  • Agentes mecanoterapêuticos: vacuoterapia, pressoterapia.
  • Agente fototerapêutico: Laser.
  • Cinesioterapia: exercícios para correção da postura antalgica, encurtamento e contraturas muscular e ganho de amplitude articular